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1ª Matriarca ISCHAÏA (4ª na Sucessão)

Mariland Diniz Bizerra Nunes é a segunda dos quatro filhos de Abigail Diniz Nunes e Antônio Bizerra Nunes. Nasceu em Penedo, Alagoas, porque seu pai, auditor da Fazenda Nacional, foi transferido para aquele estado, e para outros, no decorrer de sua vida. 

Apesar dos pais muito religiosos, só foi batizada aos 10 anos, na Igreja (Católica) da Boa Viagem, em Salvador, Bahia, pois com as constantes mudanças de cidade temiam que a filha “não tivesse padrinhos”

Passou parte de sua infância e adolescência em Salvador. Naquela época, estudou na Escola das Irmãs Doroteias.

Aos 13 anos fez parte da “Cruzada Eucarística”, movimento religioso direcionado a adolescentes. Sentiu forte desejo de tornar-se freira, sob incentivo das Irmãs, que viam nela o perfil para a vida religiosa. Aos 15 anos recebeu a “Fita Verde”, como aspirante a filha de Maria. 

Em 1964, em meio à agitação por que passava o país, seu pai novamente transferido, desta vez para São Paulo, capital. Mas àquela altura, apesar de fervorosa, não sentia mais o desejo de uma vida monástica, entendendo que havia outras maneiras de servir sem necessariamente ter de se retirar do mundo. 

Dez anos depois, um fato (a perda de um ente querido), mudou sua trajetória espiritual. Iniciou novas buscas para respostas não encontradas e procurou livrar-se de antigos conceitos e preconceitos. 

Em janeiro de 1976, passando as férias em Guarapari, Espírito Santo, onde seus pais tinham uma casa de veraneio, conheceu na praia a irmã de Huascar Corrêa Cruz (Thoth), e a futura cunhada, sabendo das incertezas e buscas espirituais da visitante, e fazendo papel de cupido, mencionou o irmão, “que pertencia a uma igreja e que certamente poderia ajudar”

Foi marcado o encontro e naquele janeiro conheceu seu futuro marido. Depois de longas explicações e muita resistência a novas ideias, pois reencarnação era uma hipótese impensável para muitos naquela época (e ainda hoje!!!), aos poucos um novo horizonte começou a se descortinar. 

Thoth falava com entusiasmo de sua Igreja, dos seus ideais e de como seria sua jornada depois que se libertasse dos últimos e poucos compromissos que ainda restavam em sua vida civil. Era um homem experiente, cativante, gentil e muito apaixonado por sua missão como Patriarca, que já era de direito, mas que não tinha podido assumir plenamente ainda.

Em março, no período da Páscoa, fazendo um passeio a Anchieta, cidade próxima a Guarapari, sentados ao lado da centenária igrejinha construída pelo Padre Anchieta, Thoth fez o pedido de casamento. Era exatamente meio-dia. Os sinos começaram a tocar. Após risos de alegria, comentou-se que “lá em cima estavam abençoando a união”

Como havia planejado, Thoth comprou um trailer, se desfez dos últimos laços com o mundo material e assumiu de corpo e alma a direção da Igreja Expectante. Mariland, por sua vez, demitiu-se do trabalho, em São Paulo, onde era técnica em Educação Especial, e no dia 7 de setembro, após somente sete meses de namoro, casou-se, no “Camping Clube do Brasil”, ao meio-dia, tendo como convidados alguns amigos, familiares e os campistas, curiosos por verem um casamento tão inusitado.

No dia 24 de abril de 1977, em Betim, Minas Gerais, foi batizada na Igreja Expectante e, no dia seguinte, com as bênçãos de Mãezinha Sadhãnâ, viúva do 2º Patriarca, Sri Sevãnanda Swami, foi consagrada Noviça, recebendo o nome místico de Ischaïa“Esse foi o nome que tive em uma encarnação passada, no Egito, onde eu, Sevãnanda e Thoth éramos sacerdotes”, explicou Mãezinha.

Em 24 de dezembro daquele mesmo ano, na cidade de Muriaé, foi ungida Sacerdotisa do Lar, 1º grau da Igreja Expectante, juntamente com quatro outros buscadores.

Em 1981, 4 de julho, foi consagrada Sacerdotisa do 2º grau, em Miracema, Rio de Janeiro, e em 6 de novembro, exatos onze anos após a morte do Mestre Sevanãnda, recebeu o difícil e honroso cargo de Coadjutora da Igreja. Passou a ser, portanto, a sucessora designada por Thoth. 

Em Natal, Rio Grande do Norte, foi sagrada Cavaleiro d’A Grande Ordem dos Cavaleiros de Philippe de Lyon, nos graus de Cavaleiro Solidário, Cavaleiro Fraterno e Cavaleiro da Ordem (rosas Vermelha, Amarela e Branca, respectivamente), em 17 de agosto de 1986. Ainda em Natal, em 10 de novembro de 1990, foi iniciada na Maçonaria (Direitos Humanos), no grau de Aprendiz Franco Maçom, na Loja Estrela dos Magos do Oriente. 

Em São Paulo, foi iniciada na Ordem Martinista, em 21 de maio de 1997, nos Graus de Associado - Iniciador e S::I::. 

Desde o seu casamento dedicou-se inteiramente a acompanhar, colaborar, assessorar e secretariar seu esposo e Mestre na sua missão de divulgação dos ensinamentos da Igreja Expectante. Com ele enfrentou toda sorte de imprevistos. Entre os quais, dois acidentes pelas estradas do Brasil. No primeiro, perda total do trailer, mas em seu interior nenhum copo quebrado. No segundo, o trailer, apesar de muito avariado, ainda fez o trajeto de São Paulo a Blumenau, Santa Catarina. 

Em 1982, nasceu Náyade, filha única do casal, muito desejada e esperada. Mesmo com uma criança pequena, nada mudou e as viagens no trailer continuaram. Náyade acompanhava todos os passos dos pais. Foram longos anos de muito trabalho e realizações. Muitas alegrias e lágrimas. 

Com o passar dos anos, as viagens foram rareando devido às péssimas condições das rodovias e aos estudos da filha, que constantemente tinha que ser transferida de escola, apesar de essas mudanças não terem causado nenhum prejuízo e ela ter tido sempre bom desempenho escolar. 

Em 1994, Ischaïa retomou sua carreira como professora de crianças especiais, que ela também julgava uma missão. Trabalhou na Sociedade Pestalozzi e foi uma das cinco fundadoras da APAE de Guarapari. 

Em 2004, formou-se Pedagoga e em 2005 pós-graduou-se em Psicopedagogia, tendo como seu grande incentivador o Patriarca, Mestre e esposo Thoth, a quem dedicou seu diploma no dia da formatura. Thoth e Ischaïa tiveram um casamento de 32 anos. 

Aos 11 dias do mês de maio de 2009 faleceu Thoth. Trinta e um dias depois, conforme a tradição, os costumes e o estatuto da Igreja, Ischaïa assumiu a direção e a responsabilidade de continuar e transmitir os ensinamentos adquiridos durante esses anos, sendo a 4ª na sucessão e 1ª Matriarca da Igreja Expectante.

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